Por que o medo do debate?
Argumentos restritivos que surgem a cada momento soam menos como defesa e mais como burocracia.

A história do Tecon Santos 10, no Porto de Santos, é um retrato fiel do que acontece quando a tomada de decisão pública é capturada por teorias mal testadas e receios infundados. Na prática, argumentos restritivos que surgem a cada momento soam menos como defesa da concorrência e mais como burocracia paralisante. O Porto de Santos é a vítima mais evidente dessa lógica disfuncional.
Primeiro, argumentou-se que ainda havia capacidade ociosa e que seria precipitado licitar uma nova área. Hoje, com filas de 50 horas, ninguém em sã consciência sustenta mais essa tese. Em seguida, surgiu a ideia de que permitir a participação de armadores representaria risco à concorrência — uma visão que contradiz a prática consolidada nos portos mais eficientes do mundo. Esses debates infundados se arrastaram por tempo suficiente para gerar um cenário crítico, com prejuízos que não mais serão revertidos no curto prazo.